quinta-feira, 22 de outubro de 2009

DISCURSO DE REGINA FIÚZA

DISCURSO DE APRESENTAÇÃO DE REGINA FIÚZA DO LIVRO ATIVIDADES NA ACADEMIA FORTALEZENSE DE LETRAS - BIÊNIO 2007- 2008.


A Academia Fortalezense de Letras, idealizada por Matusahila Santiago e José Luís Araújo Lira, teve uma comissão organizadora composta também por Artur Eduardo Benevides, José Murilo Martins e esta que vos fala. Foi fundada em 14 de junho de 2002, tendo, portanto, sete anos de existência. Apesar de muito jovem, ao longo destes anos tem cumprido fielmente os seus objetivos, que são:

· congregar e promover a integração de entidades culturais, escritores, intelectuais, estudantes, professores, artistas e profissionais liberais, em torno de suas aspirações, tendo em vista a defesa dos interesses da Academia;
· publicar e editar livros, revistas e jornais de interesse cultural;
· homenagear e distinguir personalidades, associados ou não, instituições e órgãos governamentais, que prestarem relevantes serviços à entidade e à cultura do nosso Estado e País;
· outorgar Prêmios Literários, promover cursos, simpósios e palestras.

O primeiro presidente foi Cid Sabóia de Carvalho no período de 2002 a 2004, tendo como vice-presidente, Matusahila Santiago, que cooperou muito com o sucesso desta gestão, com o apoio de José Luís Lira, Secretário-geral. A presidência no Biênio 2004-2006 ficou a cargo de Cybele Pontes que teve como vice João Soares Neto e fez uma excelente administração, lançando a Acta Literária e a Revista Contemporânea. Em 2006 passou o comando da entidade ao confrade Ednilo Soárez, que teve como vice Barros, Pinho.
Ednilo ao assumir decidiu editar mensalmente um boletim informativo que foi muito bem aceito pelos acadêmicos, por ser uma maneira de tomarmos conhecimento de todos os eventos culturais da cidade e da participação da Academia nestes movimentos. Outra inovação de Ednilo foi instituir a Presidência do Mês, dando oportunidade aos colegas de presidirem e organizarem uma reunião. Os acadêmicos que atuaram como presidente do mês foram: Cybele Pontes, Fernanda Quinderé, Vicente Alencar, Roberto Gaspar, Eduardo Fontes, Regina Fiúza, Constança Távora, Giselda Medeiros, Leda Maria Feitosa Souto e Lúcia Lustosa.
Estes presidentes do mês promoveram reuniões bastante agradáveis com a participação de alunos de escolas públicas e particulares, de outros grupos literários, incluindo as posses dos acadêmicos José Augusto Bezerra, Rita de Cássia e Ubiratan Aguiar.
Ednilo publicou o segundo número da Revista Contemporânea e também da ACTA Literária. Promoveu o ciclo de conferências Clássicos da Literatura, de junho a dezembro de 2008, no Centro Cultural Oboé. As conferências foram proferidas por Pedro Paulo Montenegro, Miguel Leocádio Araújo, Fernanda Coutinho, Vera Filizola, Angela Gutiérrez e pelo próprio presidente. Criou um concurso literário Prêmio Artur Eduardo Benevides de Poesia que, com o apoio da Academia Cearense de Letras premiou a jovem poetisa Beatriz Guedes Rafael.
O livro, hoje lançado, sobre as atividades da Academia Fortalezense de Letras, no Biênio 2007-2008, é um registro importante, pois além dos boletins informativos, muito bem elaborados incluindo fotos coloridas e importantes acontecimentos culturais que foram por nós prestigiados, reúne os discursos proferidos por nossos colegas acadêmicos durante este período.
Ednilo Soárez fez a saudação a José Augusto Bezerra, ressaltando as suas qualidades de escritor, historiador e de Bibliófilo reconhecido nacionalmente. José Augusto em seu discurso de posse destacou a importância da Academia Fortalezense de Letras na nossa cidade, fez o elogio ao brilhante antecessor, Marcelo Linhares e elencou os ilustres filhos do Ceará que se destacaram, sendo reconhecidos em todo o Brasil.
Suzana Ribeiro proferiu um belíssimo discurso ao saudar a novel acadêmica Rita de Cássia Araújo, que em sua fala de posse exaltou o seu Patrono, Alberto Nepomuceno e o ocupante anterior de sua cadeira, maestro Orlando Leite que por motivo de viagem definitiva para Brasília está agora na categoria de sócio correspondente.
A saudação de João Soares Neto ao ministro Ubiratan Aguiar destacou, além do homem público, o intelectual atuante. Ubiratan Aguiar, por sua vez, falou da importância da leitura e dos movimentos culturais, atualmente, louvando a participação da Academia Fortalezense de Letras. Finaliza com lindos versos de Artur Eduardo Benevides sobre o amor a Fortaleza e também bonitos poemas de Beatriz Alcântara e Paulo Leminsk.
Há também os discursos de Mauro Benevides, comemorando o Dia da Literatura Cearense e de Suzana Ribeiro, no seu aniversário de noventa anos. A importante palestra de Adísia Sá na AFL sobre a atuação do intelectual, a saudação a Marcelo Linhares Post-Mortem, João Soares Neto, ressaltando o brilhantismo de Marcelo Linhares.
O livro de Ednilo inclui também uma palestra de Carlos Augusto Viana sobre a poética de Manuel Bandeira, a homenagem a Gerardo Mello Mourão feita pelo acadêmico e fundador da AFL, José Luís Lira reverenciando a memória deste grande poeta cearense que ultrapassou as fronteiras do Ceará e do Brasil.
Há também uma apresentação do livro O Caminhar de uma família, da escritora e acadêmica Yolanda Montenegro e os discursos de posse de Ednilo como presidente da AFL e da transmissão do cargo para João Soares Neto.
Ednilo Soárez é membro também do Instituto do Ceará, da Academia Cearense de Retórica, da Associação Brasileira de Bibliófilos e da União Brasileira do Escritores e é um desvelo, inquietude, perseverança e comprometimento que participa de todas as ações destas entidades culturais. Mas Ednilo é principalmente um aguerrido incentivador dos jovens e sempre que pode leva alunos do Colégio 7 de Setembro ou da FA7 para ouvirem palestras nestas entidades. Mas o seu maior feito em relação aos jovens foi a criação da Academia de Estudantes do Colégio 7 de Setembro, que já está em plena efervescência.
Não escondo que vos falo comovida, tocada por uma alegria enorme de ver o resultado positivo do trabalho desse amigo extremamente cordial, conciliador e sobretudo solidário. Ednilo já firmou o seu nome na história da cultura e da educação no Ceará. Está deixando a sua marca, através do seu trabalho, dos seus feitos e da sua produção literária e histórica, mas sobretudo marca época pela forma humana e ética com que conduz tudo o que faz.
Segundo Guimarães Rosa quem quer viver faz mágica e mágica é o que Ednilo e todos nós fazemos para viver a cultura, neste ainda árido contexto cearense.

Regina Pamplona Fiúza