quarta-feira, 4 de novembro de 2009

BOLETIM FEVEREIRO/2009

ACADEMIA FORTALEZENSE DE LETRAS
Palácio da Luz - Rua do Rosário, 01 – Fortaleza-Ce

Boletim mensal eletrônico – Gestão 04/04
Fevereiro de 2009

PALAVRA DO PRESIDENTE

Colegas,

Estou repassando a todos vocês um projeto (abaixo) da Fortalezense que entreguei, pessoalmente, ao Acadêmico Marcos Vilaça, ex-presidente da Academia Brasileira de Letras. A entrega foi feita em almoço que ofereci ao Ministro Marcos Vilaça e ao presidente da Academia Cearense de Letras, Pedro Henrique Saraiva Leão, por sua posse, com a presença dos acadêmicos Murilo Martins, Ubiratan Aguiar e Regina Fiúza, da AFL.

Foi sugerido que o enviasse, formalmente, ao atual presidente, Cícero Sandroni, o que farei na próxima semana.

Cordialmente,

João Soares Neto
Presidente


SUGESTÃO DA ACADEMIA FORTALEZENSE DE LETRAS À
ACADEMIA BRASILEIRA DE LETRAS
A Academia Fortalezense de Letras, em trabalho conjunto com o Espaço Cultural Primeira Mão, submete à consideração dessa ilustre Casa de Machado de Assis o esboço do projeto que denomina de "Academia Brasileira de Letras para todo o Brasil".
01. Esse projeto poderá contar com a chancela de outras academias de letras e secretarias de cultura dos Estados brasileiros. Em uma "Ação Piloto" poderia ser realizada no Estado do Ceará e, contemplaria, posteriormente, por sua itinerância, os demais Estados brasileiros.

02. A expectativa desse projeto seria de procurar reproduzir, cenograficamente, o prédio da sede da ABL, "Petit Trianon", para as capitais dos Estados brasileiros, inclusive com réplica da estátua de Machado de Assis.

03. Seria isso executado através de plotagem cênica da parte exterior e interior da sede da ABL, preferencialmente, com alguns pertences que poderiam ser expostos ao grande público. Admite-se que poucos intelectuais e cidadãos brasileiros tem a oportunidade de ir até ao Rio de Janeiro para visitar a ABL e conhecer o seu acêrvo e acadêmicos.

04. Teríamos, na oportunidade dessas visitações, o ensejo de servir aos convidados e à população o famoso "Chá das Cinco" com acadêmicos que possam ser levados aos seus Estados de origem que se somariam aos acadêmicos das academias de letras do Estado.

05. Poderiam, igualmente, ser realizados lançamentos de livros de autores dos Estados e dos acadêmicos da ABL. Seria oportuno realizar palestras proferidas pelos acadêmicos e outras atrações que possam dar visibilidade ao projeto.
06. O objetivo principal desta idéia é o de promover as ações da ABL, democratizar a cultura e torná-la integrada nacionalmente.

07. O Ministério da Cultura seria convidado a comandar todo o projeto, através de incentivos fiscais ou verbas próprias.

08. ABL atenderia na infra-estrutura básica, cedendo os direitos para divulgação do projeto e réplicas em fac-simile de livros raros que poderão ser impressos e a locomoção dos seus acadêmicos.

09. Poderia a ABL, se assim o desejasse, disponibilizar a terceiros, o espaço para comercialização dos seus livros e dos acadêmicos. Ficaria a ABL liberada para qualquer outra ação que possa contribuir para o melhor desempenho do projeto.

10. O objetivo do projeto vai muito além da literatura, ele tem a intenção de propiciar a verdadeira apropriação dos acadêmicos por seu povo.

11. Sabemos da dificuldade de acesso que o povo brasileiro ainda tem para a leitura e a cultura e esse projeto é uma iniciativa para ajudar a construir uma nova realidade. Dos 5600 municípios brasileiros, menos de 10% tem livrarias. No nordeste, esse percentual cai para 6%.

12. Poderemos mudar essa realidade e ensinar ao resto do Brasil a ter em cada Estado uma ação de cidadania, literatura e a valorização dos escritores e profissionais da área que trabalham com o livro no Brasil.

A Academia Fortalezense de Letras agradece a atenção pela leitura deste documento simples, mas objetivo, e se coloca à disposição da Academia Brasileira de Letras, para quaisquer contatos que decorram de sua leitura, estudo e possível viabilização.

ARTIGO: “PEDRO, POETA, PRESIDENTE”.

O advogado e conselheiro-fundador do Tribunal de Contas dos Municípios do Ceará, Manuel Pio Saraiva Leão, era irmão de minha avó Luiza. O novo presidente da Academia Cearense de Letras, ontem empossado, é o seu filho único, Pedro Henrique Saraiva Leão. Foi ele quem, em 1962, ao viajar para o exterior, me convidou a assumir a coluna “Informes Acadêmicos”, da qual era redator, no jornal Correio do Ceará, Diários Associados, onde permaneci até 1968. Esse preâmbulo é feito apenas para dizer da minha alegria ao vê-lo na presidência da mais antiga academia de letras do Brasil, fundada em 1894, no mesmo lugar onde pontificaram Antonio Martins Filho, Eduardo Campos, Cláudio Martins, Artur Eduardo Benevides e Murilo Martins, para ficar nos mais recentes que, reunidos, somam quase meio século de presidência. Ele substitui a Murilo Martins, médico, professor e intelectual, figura singular da cultura cearense que agrega amizades, não falta a compromissos e cumpre horários. Pedro Henrique também é médico, cirurgião, professor universitário em duplo grau, poeta, editor e articulista. Curioso, arguto e inteligente, sabe eleger leituras e o faz com o mesmo esmero com que usa o bisturi, identificando o que deve ser extirpado e o que deve ser preservado. Como poeta, Pedro Henrique estabelece, como disse o poeta espanhol Dámaso Alonso, um nexo entre dois mistérios: o do poeta e o do leitor. Abraçou com arte e ofício o concretismo, sendo um experimentalista da palavra, focando seus versos na mensagem, dando realce aos elementos constitutivos da expressão e ao seu sentido conotativo. Como concretista, utilizando o visual gráfico, o processo de criação, a montagem e a semiótica, nada fica a dever aos paulistas Haroldo e Augusto de Campos, autodenominados criadores do concretismo no Brasil. Esse movimento, na verdade, surgiu na segunda metade do século passado, a partir da vinda de Max Bill, arquiteto, pintor, intelectual e design gráfico suíço que, em 1956, montou a primeira exposição nacional de Arte Concreta. Autor de mais uma de uma dezena de livros, Pedro Henrique é ainda membro da Academia Cearense de Medicina e ex-presidente da Sociedade Brasileira de Médicos Escritores, Seção do Ceará. Edita há anos, com zelo gráfico e o cuidado de revisor, a revista Literapia, de excelente feição gráfica, que reúne poetas, cronistas e ensaístas do nosso Estado. A comunidade acadêmica o recebe com júbilo, acredita na capilaridade cultural e social do novo presidente da ACL e sabe que os planos em andamentos, como o restauro da sede e a sua adequação ao mundo tecnológico, serão implementados, ao mesmo tempo em que ele dará vazão ao seu espírito de editor contumaz. Walter Whitman, um dos bardos lidos por Pedro Henrique, disse certa vez: “Para que haja grandes poetas é preciso grande público”. Parodiando o poeta americano eu direi: para que haja uma grande administração da ACL é preciso que haja um grande público.
João Soares Neto
(Artigo publicado no Jornal O Estado, em 30/01/2009)

SOBRE REUNIÕES

1. Lembramos que, a reunião de fevereiro, acontecerá, no dia 26 de fevereiro (quinta-feira) às 18:30 horas, na sede da Fortalezense.

2. Em março, a reunião mensal da AFL, acontecerá no dia 18 de março (quarta-feira) às 18:30 horas, na sede da Fortalezense.

Contamos com a presença de todos.

PENSAMENTO

"O pensamento faz a grandeza do homem”.
Blaise Pascal, filósofo francês. 1623-1662.

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