HOMENAGEM DA CÂMARA MUNICIPAL DE FORTALEZA À ACADEMIA FORTALEZENSE DE LETRAS, EM SESSÃO SOLENE NO DIA 12 DE NOVEMBRO DE 2009.
Discurso do Vereador PAULO FACÓ, propositor da homenagem.
Senhor Presidente
vereadoras e vereadores,
Senhores convidados:
Dizia o poeta Filgueiras Lima que as academias, além de serem institutos de exercícios literários, têm um compromisso social de marcante importância: cabe-lhes acender ideias de elevação mental na alma do povo e aprimorar os recursos da língua nacional, assegurando-lhe o resguardo dos modos e formas expressionais da melhor beleza idiomática e de respeito aos elementos de sua formação.
Tem o Ceará uma trajetória de amor às agremiações culturais.
Muitas foram as que se formaram ao longo de nossa história, algumas de forma marcante, como a original PADARIA ESPIRITUAL, fundada em 1892 pelos jovens boêmios que frequentavam o “Café Java” na Praça do Ferreira, sob a generosa complacência do Mané Coco, jocosa figura de botiquineiro.
Em 1894 era fundada a ACADEMIA CEARENSE DE LETRAS, porventura a mais antiga do Brasil, pois antecedeu em três anos a própria ACADEMIA BRASILEIRA DE LETRAS.
Outras associações e grupos literários já haviam recrutado os amigos das letras, como a ACADEMIA FRANCESA, em 1873, o GRÊMIO LITERÁRIO, em 1885, e o INSTITUTO DO CEARÁ (ainda hoje em pleno vigor produtivo), em 1887.
Nesses redutos de embate de ideias e manifestação estética surgiram nomes que haveriam de engrandecer as letras cearenses e romper as fronteiras da Província para brilhar à ampla e larga admiração nacional.
Nomes como o de Antônio Sales, Adolfo Caminha, Rodolfo Teófilo, Rocha Lima, Juvenal Galeno, Farias Brito, Araripe Júnior e Clóvis Beviláqua.
Nomes como o de Antônio Sales, Adolfo Caminha, Rodolfo Teófilo, Rocha Lima, Juvenal Galeno, Farias Brito, Araripe Júnior e Clóvis Beviláqua.
Somos uma terra de produtores de literatura. De poetas e prosadores de qualidade superior, muitos assinalados em definitivo nas páginas permanentes da imortalidade, como colunas sólidas da história literária do país.
Desses anais perpétuos jamais sairão José de Alencar, Capistrano de Abreu, Franklin
Távora, Domingos Olímpio, José Albano, Gustavo Barroso, Herman Lima, Raimundo Magalhães Júnior e Rachel de Queiroz.
Távora, Domingos Olímpio, José Albano, Gustavo Barroso, Herman Lima, Raimundo Magalhães Júnior e Rachel de Queiroz.
Parece que temos no Ceará uma inquietação para dizer, pelos misteriosos caminhos do encanto, os sentimentos e as emoções que nos possuem, o acicate da dor e o fogo da paixão, o plasma do delírio e o patinar obscuro do lodo, o mel e o fel de nosso jeito severino de encarar a vida.
Há sete anos, um grupo de intelectuais desta cidade, reunido em torno dessa necessidade de praticar a arte da palavra, resolveu fundar mais uma Academia de Letras.
Seria a Academia da cidade de Fortaleza e visava congregar e integrar entidades culturais da capital e literatos para o cultivo de ideias e divulgação de suas produções, num salutar e benfazejo convívio, onde os participantes se sentissem à vontade para a livre expressão de seus sentimentos, proclamados em prosa e verso.
A ACADEMIA FORTALEZENSE DE LETRAS, que, como outras, poderia ter vida efêmera e destino passageiro, logo firmou-se no conceito da literatura de nosso Estado como uma entidade séria e respeitável, promovendo conferências de real interesse cultural, publicando uma revista e editando uma antologia, revelando, dessa forma, uma atuação de marcante presença no movimento cultural de Fortaleza.
Há sete anos, um grupo de intelectuais desta cidade, reunido em torno dessa necessidade de praticar a arte da palavra, resolveu fundar mais uma Academia de Letras.
Seria a Academia da cidade de Fortaleza e visava congregar e integrar entidades culturais da capital e literatos para o cultivo de ideias e divulgação de suas produções, num salutar e benfazejo convívio, onde os participantes se sentissem à vontade para a livre expressão de seus sentimentos, proclamados em prosa e verso.
A ACADEMIA FORTALEZENSE DE LETRAS, que, como outras, poderia ter vida efêmera e destino passageiro, logo firmou-se no conceito da literatura de nosso Estado como uma entidade séria e respeitável, promovendo conferências de real interesse cultural, publicando uma revista e editando uma antologia, revelando, dessa forma, uma atuação de marcante presença no movimento cultural de Fortaleza.
As quatro diretorias que a comandaram, presididas respectivamente por Cid Carvalho, Cybele Pontes, Ednilo Soárez e o atual, o cronista João Soares Neto, conseguiram conquistar a confiança da comunidade intelectual e dos meios acadêmicos, mas, sobretudo, obtiveram o grande feito de aproximar a elite cultural da cidade, das escolas, da juventude e de todos os que, de alguma forma, mostram interesse pelo cultivo das letras e pelo exercício da palavra escrita.
Como em todos os ofícios da atividade humana, o escritor tem um compromisso com a sociedade e com a história.
Mas cabe aos que escrevem uma função maior.
É que o escritor faz a leitura da vida, capta os retratos de época, interpreta a natureza humana, reflete em sua criação o pensamento, as ideias e as atitudes de seu tempo, expressando-os através da crônica, do ensaio, da poesia e até da ficção, que sempre se apoia na realidade e reproduz situações concretas.
Instrumento, portanto, da história, o escritor é elemento imprescindível para a memória da humanidade.
Sem a sua atuação, não teríamos a Bíblia, o Livro dos Vedas, o Alcorão, a Odisséia, a Divina Comédia e Os Lusíadas.
Nem saberíamos das façanhas de Carlos Magno e dos Doze Pares de França.
Nem das Proezas de João Grilo ou da Peleja de Zé Pretinho com o Cego Aderaldo, pelo viés da literatura de cordel.
Congregar esses seres iluminados que trabalham sobre a magia das palavras e, como deuses, criam mundos e constroem vidas, é uma missão também quase divina.
Por isso, aplaudimos a existência das academias.
Senhoras e Senhores:
Aqui está a ACADEMIA FORTALEZENSE DE LETRAS, representada por muitos de seus membros, sob a liderança do Dr. João Soares Neto.
É um cidadão vencedor. Bom de cidadania, bom de leituras e de escritura, bom de convivência. Um homem que, depois de triunfar no mundo empresarial, recorreu a sua antiga inclinação. Aquela vocação espiritual que o aluno do Colégio Cearense já demonstrava nas tertúlias do grêmio escolar, fazendo discursos e recitando poemas nas saudosas sessões lítero-musicais da escola marista.
O Cônsul do México no Ceará, além de ser poliglota, dar centenas de empregos e conhecer o mundo inteiro, é um cronista de boa safra, um contemplador do cotidiano, a tecer sobre as coisas, fazeres e olhares de nosso tempo abalizados e originais comentários, num estilo leve, palatável e gramaticalmente cuidadoso.
O Cônsul do México no Ceará, além de ser poliglota, dar centenas de empregos e conhecer o mundo inteiro, é um cronista de boa safra, um contemplador do cotidiano, a tecer sobre as coisas, fazeres e olhares de nosso tempo abalizados e originais comentários, num estilo leve, palatável e gramaticalmente cuidadoso.
Hoje, nesta noite de grande alegria para a Casa do Povo, queremos homenagear a ACADEMIA FORTALEZENSE DE LETRAS pelo seu trabalho, por sua missão pedagógica e incentivadora, pelas intenções sublimes de seu ideal, pelo que já fez e fará pela cultura de nossa cidade.
Senhores acadêmicos e escritores do Ceará:
A Câmara Municipal de Fortaleza, representando o sentimento da cidade, se declara em completo estado de gratidão à ACADEMIA FORTALEZENSE DE LETRAS por todas as suas realizações.
MUITO OBRIGADO.
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