A Academia Fortalezense de Letras tem, a partir da noite de hoje, uma nova diretoria. O que será feito nestes dois anos de administração só o futuro dirá. Ednilo Soárez, o presidente que sai, deixa uma academia com vida, letras e cofre. Muitos dos acadêmicos têm, nos últimos seis anos, produzido obras dos mais diversos gêneros, densidades e críticas.Uma academia de letras – todos sabemos - não é algo essencial, mas é indispensável aos que têm dissonâncias com a realidade imposta e sonham com sua transfiguração. Sem elas, o mundo seria ainda mais cru, real, menos poético. Sem a sutileza, cuidado e determinação dos que escrevem ensaios, artigos, crônicas, contos e romances, o mundo perderia o enlevo, a graça e, quiçá, um pouco de sabedoria. Nessa diretoria que toma posse em reunião recatada nesta noite no Palácio de Luz, berço da cultura acadêmica cearense, há pessoas com valores essenciais como Newton Freitas, com sua clara imagem de porto de letras e das artes;de Matusahila Santiago, que saiu de sua Casa de Juvenal Galeno para alicerçar o chão virtual ora pisado e volta com energia, depois de um tempo de dores vividas e não divididas; de Eduardo Fontes, jornalista, administrador e advogado, ciente de seu novo papel de escrivão nessa nau que zarpa em rumo a um mar de letras; de Roberto Gaspar, advogado, escritor e guardião veraz dos parcos reais das mensalidades; de Cláudio Pereira, lépido em seus múltiplos agitos, giros e registros culturais desta terra; de Vicente Alencar, duplamente fortalezense, senhor da terça de prosa e verso; de Leda Maria, a vate do colunismo a cobrar acontecimentos que devam ser publicizados; de Regina Fiúza, a senhora da sensatez e articulação; de Beatriz Alcântara, séria e imparcial escrutinadora das palavras e ciosa do que é editado anualmente na revista Acta Literária. É uma equipe ainda em formação que recebe, certamente, os augúrios imanentes do Presidente de Honra, Artur Eduardo Benevides. Unidos, poderão, parodiando Sartre, fabricar grandes circunstâncias com os pequenos feitos de cada um. A proposta de trabalho passa pela compreensão de todos os acadêmicos no entendimento que a Fortalezense é uma coletividade viva e complexa que só poderá crescer com o empenho de cada um na discussão e implementação da cultura em seus vários gêneros, com idéias que, se possível, inovem. Inovar é difícil, pois como dizia Paul Valéry:”Muitas vezes as objeções nascem do simples fato de que aqueles que as fazem não são os mesmos que tiveram a idéia que estão atacando.”
segunda-feira, 21 de junho de 2010
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